quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mil em uma.



Dentre as tantas pessoas que existem em mim. Duas se destacam. Uma se destaca durante o dia. E a outra acorda quando eu durmo.
As duas são a mesma pessoa, mas, ao mesmo tempo são completamente diferentes. A que assume o comando na maior parte do tempo é tímida, calada e vive pensando. Pensa até demais. Pensa mais do que age. A outra faz a primeira coisa que vem à mente. Enfrenta ladrões, bate em pessoas ruins, mata monstros, ou seja, bate de frente com seus próprios medos. Seus próprios pesadelos. Já a outra não arrisca, não briga, não contraria. É sensível, até demais.
Uma chora, berra, fala mal, diz o que quer e o que sente. A outra é contida, calada, raramente deixa alguém saber da sua dor. Mas ambas sentem. E sentem com a mesma intensidade.
Uma beija,abraça,ama nem que seja por um segundo. E é amada. A outra foge antes de sentir, antes de se machucar. Uma é sexy, erótica, desinibida, agressiva. A outra é meiga, sensível, ingênua, quase pudica.
Às vezes ambas se encontram na mesma pessoa. O resultado desse encontro é: Muita acidez, gargalhada, exagero e principalmente felicidade. Não que ambas separadas, não sejam felizes. Cada uma é feliz do jeito que é.
Uns dizem que uma é o que eu quero ser e a outra é o que realmente sou. Talvez seja isso. Não só comigo, mas com todos. Somos quem devemos ser em algumas horas, o que podemos ser em outras. Mas no nosso íntimo somos o que queremos. Se sou uma ou outra? Sou as duas, não só duas, mas mil.

sábado, 2 de julho de 2011

Uma hora.


Durante uma hora pareceu que nada tinha acontecido. Pareceu-me que estávamos nos vendo depois de alguns dias e não anos. Sem vergonha ou falta de jeito. As mágoas, as brigas, as cobranças e dúvidas foram esquecidas. Coisas que normalmente gerariam brigas, foram motivo de gargalhadas. Ao invés de fugir você me olhou nos olhos e eu pude rever, depois de muito tempo, meu amigo. Meu melhor amigo, que eu achava que tivesse perdido. Um amigo tão diferente do que eu esperava. Do que eu estava preparada. Mas que no fundo continuava o mesmo que conheci há alguns anos atrás. Durante uma hora fomos os mesmos de alguns anos atrás, mas diferentes. Realmente diferentes. Que bom que fomos diferentes.

sexta-feira, 25 de março de 2011


Não tô afim de ouvir ninguém
Deixei os meu problemas la fora
E as lembranças mais covardes também
Eu não sei bem o que quero da vida
Mas eu já sei o que ela quer de mim

Eu tô afim de jogar tudo fora
Eu não vou mais atender ninguém
Não tente me fazer voltar agora
Já tô na estrada já subi no trem

Eu não sei bem o que quero da vida
Mas eu já sei o que ela quer de mim

E eu estou tão bem
Eu e mais ninguém
Nem tudo certo
o que é que tem?


Ksis - Eu e mais ninguém

Querido Diário...

Eu sei que a muito tempo não venho aqui. Sei que você deve estar sentindo saudades ou talvez esteja aliviado por não ter que aguentar meus pensamentos conturbados e estranhos. Percebi que só venho aqui para contar saudades ou coisas tristes. E isso não é justo, nem com você e nem comigo. Admito não venho aqui a tempos pois ando bem, ando feliz, cheia de coisas para fazer.Não fique triste comigo. Nós humanos temos a mania de só querer desabafar ou contar o que nos acontece de ruim. Não leve a mal.Acho que é o resultado de querer viver os momentos felizes, o máximo que posso. Sei que não tenho sido uma escritora fiel e ando com a consciência pesada quanto a isso. Então, prometo não só escrever minhas pertubações mas escreverei também o que há de melhor. Afinal de contas, não quero reler esses textos mais tarde e achar que eu fui a pessoa mais triste do mundo. Porque...Cá entre nós diário... Essa é a maior mentira de todas.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

De mim para eu mesma.


Dê sempre o seu melhor, mas nunca exija demais de si mesma. Exija menos ainda do próximo. Não pague pra ver, espere acontecer. Afinal de contas, querer algo é diferente de esperar que algo aconteça. Dói menos quando o resultado não é satisfatório. E se for bom a alegria é maior. Curta balada sim. Mas não dê mais valor a ela do que ela merece. Goste dos bares, dos museus, dos piqueniques. Curta beijar. Fique sem ter sentimento, às vezes, se quiser, mas não focalize nisso. Não deixe de acreditar. Mas também não faça da sua vida um filme de época quando a mocinha fica em casa costurando esperando o homem perfeito bater a porta. Não fique remoendo os problemas, chore, grite, xingue tudo de uma vez e tente rir pelo menos uma vez ao dia, de você mesma, que seja, mas ria de verdade. Rir mesmo. Não seja radical. Dê preferência ao “talvez”, ”quem sabe”, “pode ser”. Meio termo nem sempre é ruim. Por mais que a gente tente parecer uma coisa ou outra, estamos em constante mudança. E você não precisa ir pra lá ou pra cá. Fique em cima do muro sim. Afinal de contas para se ficar em cima do muro é preciso um equilíbrio. E equilíbrio é o que todo ser humano realmente busca.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sofrer.


Nós não sofremos pelos outros. Sofremos por nós. Sofremos por estarmos despedaçados, machucados e cansados de nos decepcionar. Nós não sofremos pelos outros. Sofremos porque temos medo de juntar tudo e começar de novo. Sofremos costurando e colando os pedaços no lugar. Sofremos esperando que algo melhor aconteça imediatamente. Sofremos por sempre nos culparmos de tudo. Nós não sofremos pelos outros. Sofremos por saber que tal sofrimento nos causa mais sofrimento ainda.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

"Ficar"


Não acho que seja pela minha idade já que sou nova demais. Talvez seja uma fase ou um motivo não claro para mim, mas o fato é que já não acho mais graça em “ficar” com alguém. Estou me referindo diretamente ao fato de conhecer uma pessoa na noite e simplesmente “ficar”. Ando achando muito cansativo escolher ou ser escolhida por alguém para dar uns amassos momentâneos. A situação segue um roteiro fixo: A pessoa chega para falar com você e faz um inquérito sobre sua vida, perguntando nome, idade, onde mora, o que faz etc. Logo depois é a sua vez de fazer a tais perguntas. Isso serve para protelar o momento do beijo já que ele já foi pré-estabelecido desde o momento que você permitiu a pessoa chegar mais perto. Quando a tal pessoa em questão já não chega pedindo um beijo logo de cara.

Confesso que já fiz muito isso e não digo que nunca mais farei. Mas nesse momento me pergunto qual é o propósito. Não vejo mais razão em sair para ficar com alguém. Não acho que suprirei minhas inseguranças desse jeito. Talvez eu possa até me sentir mal depois. Quantas vezes já vi o menino com quem tinha ficado antes, beijando outra garota logo depois?Hoje em dia ando procurando alguém que me acrescente e me faça bem e não algo mecânico. Acho que o mais legal é quando a química rola naturalmente sem nenhum compromisso e que de repente a conversa nem leve ao beijo, mas que me faça sentir uma pessoa interessante e não somente um pedaço de carne.